PunkjazzTV bologs El Brujo Garcia

El Brujo Garcia

0 Comments

VELHAS CANÇÕES QUE CABEM NUM BOLSO FURADO é uma compilação de canções compostas numa guitarra callejera pelas ruas de Santiago, São Paulo e Porto Alegre, entre 1985 e 1992. Outras foram lançadas nos anos noventa em fitas K7, pela banda Lorenzo y La Nota Falsa, mas maioria é inédita e faz parte do repertório que venho tocando ao piano e soltando aos poucos junto com outros experimentos. Nessa versão de Luzes Limosines quem toca violino é Joãocaré

Segundo jornalistas e amigos que cobriam a cena do rock independente dos anos noventa eu era um músico estranho. Pelo menos é isso que descrevem algumas reportagens quando o Vulgo Valentin ou Lorenzo y La Nota Falsa dividiam o palco com Smog Fog e Aristóteles de Ananias Jr e, apesar de bem diferentes umas das outras, formávamos uma espécie de anti-cena do rock gaúcho na qual ninguém estava muito preocupado em fazer sucesso. O mundo estranho em que vivíamos deve ter durado uns quatro anos e foi ali que comecei a chamar minha música de punkjazz porque gostava de improvisar no palco e fazia um tributo aos beats de fim de século. Algumas canções tocaram em rádios de Porto Alegre e fizemos apresentações no BHRIF, em BH, e em São Paulo que naquela época eram quase outro país. Éramos bem livres trocando fitas K7 e fanzines pelo correio e Leyla é a canção que melhor representa essa essa interona pré-mp3 e pós-vinil. Pré-digital…

Também foi mais ou menos naqueles dias que comecei a fazer vídeos e conheci o Wander Wildner que estava começando a carreira solo depois de tocar nos Replicantes. Ele recém tinha gravado uma demo de Bebendo Vinho e precisava de um diretor para o videoclipe e dois dias depois estávamos gravando nas ruas de uma madrugada fria do inverno gaúcho aquele que se tornaria um hino de várias torcidas. Desculpe o plágio Mastercard mas isso sim é que não tem preço!

Lembrei disso porque alguns dias atrás o Wander passou em casa carregado de cervejas artesanais e gravamos essa versão de Devolve, da banda Nadahype, que ele andou tocando numa temporada paulistana de bares e inferninhos. Wander e sua mochila de novidades, além de inspirar este post, me deixou pensando que o mundo pode ter dado uma infinidade de voltas nessa vida mas os fanzines, K7’s e canções com os amigos seguem sendo a melhor e mais livre narrativa dessa história. Confere aí!

WANDER WILDNER